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Saúde - 30/11/2015 - Equipes de Vigilância Sanitária realizam trabalhos de prevenção à Leishmaniose em Crissiumal


Atitudes simples podem contribuir para o combate da doença

Durante esta semana uma equipe da 17ªCRS (Coordenadoria Regional da Saúde), juntamente com a Equipe de Vigilância Sanitária do município de Crissiumal, realizou trabalhos de prevenção à doença Leishmaniose.

 

As Equipes, coordenadas por Roque Marion Machado, e auxiliadas por um biólogo, um laboratorista e um médico veterinário da 17ª CRS, efetuaram as instalações de armadilhas em diversos pontos do município, com o objetivo de monitorar as regiões em que pode ser encontrado o inseto transmissor da doença.

 

Marcelo de Moura Lima, Biólogo da 17ª CRS, explicou a forma de transmissão da doença e as características do transmissor. “A Leishmaniose é uma doença infecciosa, mas não é contagiosa. É causada por parasitas (protozoário Leishmania), que invadem e se reproduzem dentro das células que fazem parte do sistema imunológico da pessoa infectada. Ela é transmitida por um inseto conhecidos como flebotomíneo, muito parecido e confundido com um pequeno mosquito. O flebótomíneo mede de 2 a 3 milímetros de comprimento, quase imperceptível a olho nu, que permanece com as asas abertas durante o poso. Conhecido popularmente por mosquito-palha, birigui, tatuquira ou cangalha. Os insetos flebotomíneos são as principais fontes de infecção da leishmaniose, por abrigarem o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro da doença, também, pode ser o cão doméstico”, alertou o biólogo.

 

Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava". A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos; após esta idade se torna menos frequente. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano. “Ocorreu um caso de Leishmaniose Tegumentar em Sede Nova, há aproximadamente um ano. Tivemos a informação que, um mês antes da doença se manifestar, a pessoa havia acampado na mata. E, após muitos exames, foi constatada a Leishmaniose.  O tratamento, em internação hospitalar, durou em torno de um mês e meio. Por isso, é importante a atenção e a informação do médico que prestar  atendimento ao paciente infectado, para que a doença seja diagnosticada imediatamente”, salientou Marcelo.

 

De acordo com o Médico Veterinário da 17ª CRS, Carlos Alberto Noll, a doença pode se hospedar e afetar outros animais também, além do cachorro. “É o inseto que transmite a doença de um animal para outro. Não se contrai leishmaniose de cães e outros animais, somente pela picada do inseto que estiver infectado. O cão é apenas mais um hospedeiro da doença, porém, outros animais como gambá e roedores podem servir de reservatório para os parasitas. A transmissão ocorre tanto nas matas quanto nas imediações das residências, principalmente nas áreas em que foi destruída a vegetação nativa”, explica Noll.

 

Segundo o Coordenador da Vigilância Sanitária do município Milton Klein foram instaladas diversas armadilhas para capturar o mosquito vetor da doença, no decorrer da semana. “Instalamos dez armadilhas no município, sete na cidade e três no interior. Este trabalho foi realizado por três noites. Preparamos as armadilhas ao anoitecer e pela manhã recolhemos. Classificamos os possíveis mosquitos transmissores da doença e enviamos para análise em um laboratório em Porto Alegre”, explica Milton. 

 

Este trabalho de controle, realizado pela Vigilância Sanitária, ocorre desde 2010, em Crissiumal, e, é importantíssimo por se tratar de um município de fronteira, onde o risco de contaminação é maior.

 

Os sintomas mais comuns da Leishmaniose: 

 

Leishmaniose cutânea: Duas a três semanas após a picada pelo flebótomíneo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada, que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

 

Leishmaniose visceral: Febre irregular, prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

 

A prevenção é a melhor maneira de se combater qualquer doença, transmissível ou não. É praticamente impossível acabar com o mosquito transmissor, mas é preciso combatê-lo. Para isso, devem ser tomadas medidas sanitárias corriqueiras, atitudes simples, mas que ajudam muito, como limpeza de quintais com a remoção de fezes  de animais e restos de folhas e frutos em decomposição, não acumular lixo em casa ou jogá-lo em terrenos baldios. O lixo atrai "mosquitos" e é na matéria orgânica que eles se reproduzem. Além disso, é preciso afastar o flebótomo dos animais. Sem a picada, não há transmissão da leishmaniose. Donos de cães também devem utilizar medidas que diminuam o risco de o cão se infectar, como, por exemplo, o uso da coleira impregnada de deltametrina a 4%, recomendada pela OMS como forma de controle da doença.

FONTE: ANDRÉIA C. S. QUEIROZ – ASSESSORA DE IMPRENSA/PREFEITURA MUNICIPAL DE CRISSIUMAL

Postado: Leila Ruver
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