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Texto de Opinião - 23/04/2014 - Túmulo-Por Padre Renato Jose Rohr


Leia na íntegra o texto do Pároco da Igreja Católica de Crissiumal

Quem Gosta de túmulos? Lembra morte, funeral, despedida, luto. Junto aos túmulos lemos; aqui Jaz, descanse em paz, deixou saudades, partiu. Junto aos túmulos alguém rezando, outro derramando lágrimas, outra pessoa silenciosa e meditando. Túmulos, lembranças de pessoas que viveram. Túmulos vazios esperando por alguém que ainda está vivo como nós.

 

Existe um túmulo diferente que um dia acolheu o corpo do Senhor. Ali foi depositado o corpo de quem disse; “Eu sou a vida”. É comprovado que Ele é a vida, pois, ele não permaneceu ali. A pedra foi removida, seu corpo não foi mais encontrado aí. Ele apareceu à Maria Madalena, à outra Maria e aos Discípulos e com eles conviveu. 

 

O corpo daquele que ali foi depositado é vivo, foi descido ao túmulo para tirar a todos do túmulo do inferno, ou seja, da condenação eterna. Seu reino não é dos mortos, mas, é de vida eterna.

 

Quem nos moverá a pedra é a pergunta de Maria. Existe um ditado que diz; “cada um cava o seu túmulo”. Eu digo: “Cada um se prepara para um dia ressuscitar com a glória que vai merecer”. Jesus assumindo a humanidade foi levado ao túmulo, mas ele não permaneceu lá. Veio para tirar as pedras dos nossos túmulos fechados pelo pecado, para sermos abertos para Deus.

 

O túmulo vazio não esconde vida, mas revela ressurreição. Nem José de Arimatéia, que cedeu seu túmulo para nele ser depositado o corpo de Jesus, poderia ter imaginado que se tornaria um lugar tão valioso, tão disputado, tão visitado por peregrinos e turistas, lugar de tantas reflexões. Também não imaginaria que no terceiro dia estaria vazio.

 

O túmulo se tornou espaço de ressurreição. Quanta reflexão diante deste espaço sagrado. Quanto se fala de Jesus? O que outros um dia poderão falar diante de um túmulo onde estiver depositado o nosso corpo? Nós não nos preparamos para o túmulo, ou seja, para a morte, mas para a ressurreição.

 

Não é propriamente o túmulo que assusta, mas é a consciência da pessoa que age diante dos limites pessoais confrontados com o fim da própria vida neste mundo. Tudo isto deve preocupar mais ainda a quem não vive bem a sua vida em preparação à eternidade.

 

Nós não nos devemos ocupar ou preocupar com o que outros poderão falar ou escrever diante do nosso túmulo. O importante é viver a vida nos preparando para a eternidade, vivendo na esperança da ressurreição.

Postado: Leila Ruver
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