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Polícia - 22/10/2014 - Em carta, pai pede que memória de menino Bernardo seja preservada


Pai de menino encontrado morto em abril no RS escreveu carta ao juiz

Preso desde abril, acusado de planejar a morte do menino Bernardo Boldrini, 11 anos, assassinado no Rio Grande do Sul, o médico Leandro Boldrini escreveu uma carta de dentro da cadeia, na Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O pai do garoto pede providências para que seja preservada a memória do filho. Assinado com a data de 11 de setembro, o texto foi encaminhado ao juiz.

 

"Peço que o senhor tome providências no sentido de preservar a memória do meu filho Bernardo e a imagem da minha filha", escreveu, ao referir-se à filha que teve com Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, também presa pelo assassinato.

 

"Esse processo é uma tragédia na minha vida, pois perdi meu filho e ao mesmo tempo sou acusado de ser o assassino. Minha vida, minha carreira, que tanto priorizei, hoje já não me importam mais", diz na carta.

 

No texto, Leandro se refere ainda a uma palestra promovida em uma universidade de Santa Maria, na qual participaram a então promotora do caso, Dinamárcia de Oliveira e a delegada Caroline Bamberg, que conduziu a investigação. "Não posso, por mais falhas que cometi como pai, concordar, permitir que pessoas utilizem essa tragédia, a imagem do meu filho, para se promoverem", afirma o documento.

 

Procurada pela RBS TV, Caroline disse que não tem nada a dizer sobre o assunto. Já Dinamárcia afirmou que o evento a que Leandro se referiu no texto não apresentou nenhuma novidade sobre o caso. "Foi uma palestra no meio acadêmico e nada foi dito ali que já não tenha sido dito pelo Ministério Público ou amplamente divulgado pela imprensa”, afirmou.

 

Para o médico psiquiatra forense Rogério Cardoso, trata-se de uma carta escrita por "uma pessoa lúcida e esclarecida". Segundo o especialista, o texto tem início, meio e fim e uma mensagem objetiva. "Ele mostra desconforto e indignação com o tratamento que a delegada e a promotora estão dando ao caso. Mostra sentimentos de pai", resumiu ao analisar o texto.

 

Leandro Boldrini está preso, acusado de tramar a morte do menino junto com a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Eles respondem a processo criminal pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Todos os réus estão detidos.

 

O menino, de 11 anos, foi encontrado morto, enterrado em uma cova rasa, em abril passado, em Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. O caso revelou um passado de violência e humilhações sofridas pelo garoto.

 

Fonte: G1

 

 

Postado: Clécio Marcos Bender Ruver
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